Lenda do Pico


“Os primeiros descobridores da Terceira e S. Jorge, que já d’antes eram descobertas, botaram na ilha do Fayal algum gado, e que um ermitão de boa vida, por a fazer mais solitária, se foi para a ilha do Fayal de morada; iam no verão alguns a vêr as fazendas que lá tinham tomado, e seu gado, e visitavam o dito ermitão, e achando que ele tinha preparado uma embarcação a seu modo, e perguntando-lhe para que era aquela embarcação, respondeu que da parte da vizinha ilha do Pico lhe aparecia uma mulher vestida de branco, que o chamava de lá, que se fosse para ella, e que por lhe parecer que era Virgem Senhora, fazia aquelle barquinho de coiro por fóra, e determinava passar por lá, quando a Senhora outra vez o chamasse. Os que o ouviram o tiravam d’isso e contudo o ermitão ficou acabando o seu barquinho, e se metteu n’elle ao mar e nunca mais foi visto e achado; e assim o demónio com a capa de santidade fez morrer aquelle santo ermitão, sem delle nem do barquinho se saber mais.”
“Quando descoberta a ilha tudo estava deserto, era urgente povoá-la e cultiva-la o primeiro homem que se pratica por certo haver entrado nesta ilha, para a povoar, foi um Fernando Alvares Evangelho, o qual vindo a buscar, a tomou pela parte do sul. Saltou em terra, onde se diz o penedo negro e com ele um cão que trazia.” de Frei Diogo dos Santos
Foram os portugueses mandados pelo infante D. Henrique que a desbravaram do matagal bravio: tamujo, faias, urzes, louro, sanguinho, azevem, cedro, etc. para cultivar o trigo, vinha, figueiras, árvores frutíferas e hortícolas, trazidas de Portugal Continental.

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