Alma Açoriana
Gente Açoriana é gente de coração e alma grandes, alma que abraça, coração que ama.
O sentimento comunitário dos açorianos domina em todas as ilhas como um padrão a assinalar fraternidade. Este espírito manifesta-se a cada momento em toda a sua vivência. Eles partilham a dor e as alegrias duma maneira quase religiosa.
Nas suas festividades tomam parte além dos parentes, os vizinhos como se fossem familiares.
“Mais me vale o vizinho de perto que o meu filho de longe”.
Também quando a fatalidade lhes bate à porta, acorrem a ajudar em tudo o que está ao seu alcance. Não é invejoso, deseja a todos boa sorte e não se regozija com o mal alheio.
«O invejoso nunca medrou, o generoso sempre aumentou».
Hospitaleiro. Sempre tinham, na sua casa, pousada para os viandantes que antigamente não eram poucos e que tinham, por vezes, de percorrer grandes distâncias, pois não havia nem carros nem tão pouco cavalos. Davam-lhes água para lavar os pés e muitas vezes repartiam a sua ceia com eles.
«Dar pousada aos peregrinos é aliviar-lhes os espinhos».
Ordeiros. Não querem nada com a “justiça”. Tudo resolvem em consenso.
«No tribunal, ambos ficam mal, um fica nu e o outro fica em camisa».
Esmoleres. Sempre que lhes passa à porta alguém que lhes pede esmola, os açorianos não lhes voltam as costas. Eles dão como podem.
«Quem não tem muito dá pouco».
Quando se fazem peditórios para enviar aos que estão necessitados, é ver as avultadas quantias que conseguem juntar.
O sentimento comunitário dos açorianos domina em todas as ilhas como um padrão a assinalar fraternidade. Este espírito manifesta-se a cada momento em toda a sua vivência. Eles partilham a dor e as alegrias duma maneira quase religiosa.
Nas suas festividades tomam parte além dos parentes, os vizinhos como se fossem familiares.
“Mais me vale o vizinho de perto que o meu filho de longe”.
Também quando a fatalidade lhes bate à porta, acorrem a ajudar em tudo o que está ao seu alcance. Não é invejoso, deseja a todos boa sorte e não se regozija com o mal alheio.
«O invejoso nunca medrou, o generoso sempre aumentou».
Hospitaleiro. Sempre tinham, na sua casa, pousada para os viandantes que antigamente não eram poucos e que tinham, por vezes, de percorrer grandes distâncias, pois não havia nem carros nem tão pouco cavalos. Davam-lhes água para lavar os pés e muitas vezes repartiam a sua ceia com eles.
«Dar pousada aos peregrinos é aliviar-lhes os espinhos».
Ordeiros. Não querem nada com a “justiça”. Tudo resolvem em consenso.
«No tribunal, ambos ficam mal, um fica nu e o outro fica em camisa».
Esmoleres. Sempre que lhes passa à porta alguém que lhes pede esmola, os açorianos não lhes voltam as costas. Eles dão como podem.
«Quem não tem muito dá pouco».
Quando se fazem peditórios para enviar aos que estão necessitados, é ver as avultadas quantias que conseguem juntar.
«Quem dá aos pobres empresta a Deus».
“Terra bendita, querida pelos ilhéus, que a trabalham amoravelmente, desde as rochas que a espuma do mar beija, até às montanhas por onde as nuvens roçam, as lindas terras dos Açores lembram jardins virentes, que a natureza, num capricho de artista extraordinário, tivesse espalhado ali entre as zonas do Atlântico.
O Homem dos campos açorianos é o tipo do homem bom por excelência. Raro, a sua alma abriga ódios, rancores, invejas. Derrubou-lhe o furacão as sementeiras? Paciência! Não morrerá à míngua! Produziram mais as terras do vizinho? Embora! Noutra colheita terá melhor quinhão!
Sente-se a gente bem ao atravessar os campos dos Açores; não há cabeça de aldeão que se não descubra num cumprimento, boca que não se abra numa saudação.
Queimados do sol, olhar franco, almas puras, consciências claras, na casa mais pobre há sempre uma gota de caldo e um pedaço de pão para um faminto sem lar.”
Leituras da 4º e 5º classe por Filipe de Oliveira — 1922.
Comentários